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Como gerar produtos/serviços inovadores?

Pela pergunta do título do post você pode até pensar que irá encontrar uma receita de bolo logo aqui abaixo, mas na verdade o que eu quero reunir por aqui são casos bem sucedidos que vêm acontecendo no mercado e que também já tive experiência. Então fica a primeira mensagem: Não existe receita de bolo ou tutoriais que irão dizer exatamente como sair de uma ideia até um negócio, apenas dicas e casos bem sucedidos que podemos adaptar a realidade em questão.

Na literatura existem vários exemplos de processos de inovação, dentre eles um dos mais famosos e que gostaria de comentar é o Stage Gates. A ideia por trás dos processos é aumentar as chances de uma ideia se tornar um negócio e no Stage Gates não é diferente. Observe as figuras abaixo:

Fonte

Sem nenhum processo de validação e filtro de ideias a tendência é que haja menos sucesso e maior gasto de recursos. É necessário etapas de avaliação antes de começar a desenvolver um produto/serviço, caso contrário as chances de fracasso serão maiores.

Mas quais são as etapas e avaliações importantes para o processo de inovação? Essa é a grande questão e que irá variar de empresa/grupo de pessoas, mas que gostaria de trazer um exemplo por aqui de etapas e avaliações:

Geração de ideias

Nessa etapa vale qualquer esforço para facilitar o surgimento de novas ideias. Não se preocupe em julgar a sua ideia ou a de alguém do grupo, nessa fase o importante é trazer novas ideias mesmo que ela a primeira vista seja estúpida. O importante dessa fase é tomar nota de qualquer ideia ou combinação de ideia que surja.

Algumas maneiras de facilitar o surgimento de ideias:
Seções de brainstorm, utilizando temas. Outra variação de brainstorm é determinar um tempo e cada um escrever uma ideia, conceito ou tema em um papel, após o termino do tempo você deverá passar a sua folha para pessoa ao lado para que ela adicione algo ao que você colocou. Algumas pessoas também gostam de utilizar Legos, ou peças que se encaixam com conceitos/tecnologias escritos em cada um para facilitar gerar algo a respeito da combinação. Mantenha algum local onde os integrantes da equipe possam anotar ideias a qualquer hora, pois nunca se sabe quando poderá surgir uma.

Avaliação: A avaliação depois dessa etapa deve ser objetiva, pois normalmente o número de ideias é elevado e caso seja feita uma avaliação muito extensa e debates em grupo, provavelmente levará muito tempo até que tudo seja avaliado. O ideal é fazer perguntas que deverão ser respondidas com notas de 0 a 10, por exemplo, fazendo que ao final haja um ranking de notas. Um exemplo de perguntas são as publicadas pelo blog Saia do Lugar, que tem como objetivo identificar oportunidades:

1. Qual problema vai resolver? (proposição de valor)
2. Para quem esse problema será resolvido? (mercado alvo)
3. Qual o tamanho dessa oportunidade? (tamanho do mercado)
4. Que alternativas existem? (cenário competitivo)
5. Por que somos os melhor qualificados para perseguir essa oportunidade? (nossa diferenciação)
6. Por que agora? (janela de oportunidade)
7. Como levaremos essa oportunidade ao mercado? (estratégia de lançamento)
8. Como vamos medir o sucesso e ganhar dinheiro com esse produto? (métricas e receita)
9. Que fatores são críticos para o sucesso? (requisitos essenciais)
10. Dado o acima, qual a recomendação? (go ou no-go)

Prototipação/feedback do público alvo

Nessa etapa os principais objetivos são: deixar a ideia mais clara para o grupo participante e buscar feedback do público alvo. A prototipação será uma das melhores formas de começar a concretização de uma ideia e um meio de facilitar a explicação em uma apresentação para um investidor ou qualquer pessoa que tenha interesse. O protótipo poderá ser construído em papel ou software que facilitem a criação. O importante é que o processo de prototipação não seja muito extenso. O protótipo deverá ser de baixa fidelidade e sem maiores especificações técnicas, apenas para gerar um esboço do que será feito. Outra tarefa importante nessa etapa é ter algum feedback do público alvo ou de algum especialista na área, pois essas opiniões irão facilitar na hora da avaliação.

Avaliação: Deverá ser feita baseada no feedback colhido com especialistas ou com testes de protótipos. É indicado que a avaliação seja feita de modo misto, com itens qualitativos e outros quantitativos, o peso para cada um será de acordo com a quantidade de ideias. 

Plano de negócios

Caso seja necessário algum investimento inicial para tocar o negócio, o Plano de negócio será um item obrigatório para se seguir em frente. Para quem não conhece o termo, o SEBRAE oferece um guia falando sobre o tema e também indico o livro Boa ideia! E agora? que explica bem o passo a passo para criar um bom Plano de Negócio. Para se conseguir investimento por aqui no Brasil, o modelo de negócio ou forma como será gerada a receita deverá estar bem clara. No vale do silício existem vários casos de investimentos em negócios que ainda não possuíam modelo de negócio inicialmente. O estágio de oportunidades de investimento que o Brasil vive é outro, a quantidade de investidores e instituições que investem em ideias que não possuem modelo de negócio é baixa.

Avaliação: investidores, competições e editais são a melhor forma de avaliar o seu plano de negócio. Existem várias competições e editais aqui no Brasil que usam o Plano de negócio como critério de avaliação de um potencial negócio, o Inovação e Negócios publica essas oportunidades, fique atento.

Desenvolvimento

Nessa etapa sobreviveram apenas as oportunidades que possuem maior chance de ter sucesso e o número de oportunidades provavelmente será baixo após as etapas anteriores. O desenvolvimento do negócio irá variar bastante de acordo com a sua equipe e o produto/serviço que será desenvolvido. Veja alguns exemplos: O Google costuma desenvolver gradualmente os seus serviços e produtos, sendo inicialmente lançado uma versão beta que será aprimorada aos poucos de acordo com o feedback dos usuários e utilização. Por outro lado o modelo da Apple costuma gerar produtos acabados sem inicialmente haver contato com o público alvo. No caso de desenvolvimento de software existe a área de Engenharia de Software que estuda processos para se fazer software. Para qualquer área será necessário uma pessoa com conhecimento de gerenciamento de projetos para organizar como será o desenvolvimento e acompanhar a trajetória.

Gerar um produto/serviço/negócio inovador não é algo simples e fácil, caso contrário existiriam aos montes por ai. Tentei trazer alguns pontos importantes nesse post, mas o assunto é bastante extenso e não tem como falar detalhadamente de cada etapa ou área desse conhecimento. Esse post foi apenas uma “introdução”, voltarei a falar mais sobre o tema em posts futuros, falando de dicas sobre o que não fazer e sobre pontos mais específicos de cada área. Fiquem a vontade para comentar sobre experiências ou dúvidas nos comentários, o espaço está aberto.

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